Olá querido(a)!
No dia de ontem uma situação me chamou a atenção. Uma história que parecia que não ia vingar, que ia ser abafada por poderosos e endinheirados. Porém, algumas pessoas pressionaram os veículos que noticiam tudo, desde fofocas até coisas mais sérias, a se manifestarem. Apesar da tentativa de barulho, acho que a história foi minimizada até quase sumir (provavelmente por causa de ameaças de processo a quem estivesse tentando falar sobre o caso). A repercussão que merecia ter, não teve. E assim, protegemos culpados e ignoramos vítimas.
Provavelmente você aí do outro lado não tem noção do que eu estou falando, já que com as Olímpiadas o assunto parece que foi perdendo força. Poucas pessoas ainda estão falando sobre o assunto, insistindo em dar voz a vítima. O caso foi que uma menina foi, nitidamente, abusada por uma pessoa religiosa em um vídeo postado no stories de um cantor famoso. E devo dizer que assim que começou um burburinho sobre o assunto, o cantor prontamente o apagou (o que eu imagino que ele deveria não ter feito, já que ele disse que não tinha nada demais). É aquela coisa: um vídeo vale mais do que mil palavras, porque na verdade a palavra parece não valer nada em casas de abuso, e as vezes nem um vídeo.
Você está afirmando que o abuso aconteceu? Sim, estou! Sabe porquê? Porque ontem eu li tantos relatos de pessoas que sofreram esse mesmo tipo de coisa, da mesma forma, e que muitas vezes foram caladas por quem devia as proteger. Pessoas que na infância sofreram o mesmo e a família protegeu o abusador. Pessoas que viveram com isso entalado na garganta, até conseguirem se libertar. Todas essas pessoas que foram abusadas por membros da família ou pessoas de confiança, e que fizeram com os seus relatos comprovar que o que foi visto no vídeo foi realmente um abuso sexual infantil.
Mas o que acabou comigo mesmo foi pensar que o cantor, sua mulher, um comediante e os pais da criança fizeram vídeos defendendo o cara. Ninguém teve a coragem de dar apoio a criança, fazer uma investigação, falar em ficar atento... As pessoas defenderam ele, falaram que ele fazia parte da família, que conheciam a mais de 7 anos, que ele era um cara de Deus, que isso era uma armação para reputações serem destruídas (o que eu acho uma loucura coletiva, só seria destruir reputações se fosse uma fake news contra o cara). Mas vocês sabiam que a maioria dos abusos infantis são feitos por pessoas próximas da família ou de gente da própria família? Então porque a gente ignora uma prova em vídeo como essa? Sem contar que falam que o cara edifica o lar deles, é de Deus... Quais as provas que vocês precisam para saber que isso não quer dizer nada? Vide João de Deus que era querido por todos, poderoso demais, aliado dos poderosos, rico... mas que por baixo dos panos cometia atrocidades com pessoas vulneráveis que procuravam seu atendimento.
Só queria dizer que todo mundo adora falar sobre proteger nossas crianças, mas ninguém que tem esse discurso realmente protege. A gente precisa sim de educação sexual nas escolas, para crianças aprenderem a denunciar esses abusos.
Eu tinha mais mil e outras coisas para dizer: de como a sociedade é machista, de como mulheres são invisibilizadas (vide caso do DJ que batia na mulher e mesmo com provas veio um monte de gente defender o cara), de como homens brancos conseguem se safar dos crimes que cometem... mas isso fica para um outro momento.
Para saber sobre o caso acesse o perfil do Twitter @bdebaixarenda que é uma das pessoas que tentou desde o início dar visibilidade ao caso. Lá você encontra o vídeo e muitos comentários de gente que sofreu o mesmo tipo de coisa na infância.
Buena reflexion mientras sea tabu el sexo y no sea hable y se de una educación sexual clara seguirá pasando. Te mando un beso
ResponderExcluirUm atriste realidade que já mais devia acontecer.
ResponderExcluirIsabel Sá
Brilhos da Moda
Isso é muito revoltante!!
ResponderExcluirRealmente, no Brasil as pessoas protegem o agressor e a vítima fica de lado. Isso é muitooo triste :(
https://www.heyimwiththeband.com.br/
É triste como tudo atualmente está sendo relativizado e banalizado.
ResponderExcluirBoa semana!
Jovem Jornalista
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Até mais, Emerson Garcia